Vivemos um momento de retomada da vida, em que, com o avanço da vacinação, diversas empresas estudam a reabertura de seus escritórios. Depois de um período tão particular quanto a pandemia, que trouxe novos hábitos e demandas, pensar em um espaço adaptado e bem preparado para receber novamente os funcionários é essencial.
“O mundo mudou, nossos comportamentos mudaram, e isso se reflete diretamente no papel dos escritórios no pós-pandemia”, destacam Bianca Tedesco e Viviane Sakumoto, a frente do Tesak Arquitetura.
Humanização dos espaços
Segundo a dupla, com a popularização do home-office, muitas empresas adotarão um sistema híbrido de trabalho, transformando o escritório em um espaço que preza pelo encontro e troca de ideias. “Muito mais flexíveis, os escritórios no pós-pandemia deverão pensar no conforto, com foco em espaços de descompressão“, explicam.
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Na arquitetura, isso se reflete pela busca por ambientes corporativos mais humanizados e acolhedores. “São espaços estimulantes ou até mais domésticos, mesclando um pouco do trabalho com o clima de home-office”, destacam. Cozinhas e copas agradáveis, que permitam que os funcionários não precisem recorrer a restaurantes na hora do almoço, lounge com mesas para reuniões informais, áreas externas com bastante verde são alguns exemplos.
Para esse escritório, as arquitetas Bianca Tedesco e Viviane Sakumoto pensaram em uma copa ampla, com uma grande mesa de refeições. As cores claras garantem um espaço aconchegante. Foto: Luís Gomes
“A tendência de humanizar os espaços corporativos já vinha de antes, mas foi impulsionada com a pandemia. Escritórios que antes não tinham enxergado como esses espaços são benéficos na produtividade de seus funcionários, hoje ganham um novo olhar e um novo pensar. Esses ambientes de descompressão, tanto em áreas externas quanto internas, quebram o ritmo de produção contínua e permitem que o funcionário descanse a mente”, opinam as profissionais.
Dinamismo e flexibilidade
Não são apenas os espaços de descompressão que merecem atenção – as salas de trabalho também pedem por mudanças, especialmente quando se pensa nas estações de trabalho. “Uma tendência que virá com força são as mesas maiores e compartilhadas, com salas multitarefas. Deixa-se para trás a ideia de mesas individuais e fixas, prezando agora por integração maior entre funcionários e equipes“, explicam.
Esses espaços também devem ser aconchegantes, trabalhando com boa iluminação, texturas, plantas. “Biofilia é peça-chave na decoração, aproximando a natureza do ambiente de trabalho”, opinam Bianca Tedesco e Viviane Sakumoto. As salas de reunião, por sua vez, podem receber telões e projetor, para permitir reuniões que integrem as equipes em home-office. “A ideia de salas de reuniões informais também ganha força, trazendo um dinamismo e informalidade que antes não era tão comum em escritórios“, dizem.
Boa circulação e limpeza
Por fim, impossível não falar de uma boa circulação, ventilação e iluminação natural, tão essenciais mesmo antes da pandemia.”Quando não é possível contar com boa ventilação natural, temos que fazer adaptações. Projetar espaços amplos, prever exaustão, circulação favorável, manutenção e limpeza constante nos filtros de ar-condicionado e renovação do ar são alguns elementos que temos que observar com atenção“, pontuam. Em pandemia, a adaptação pode se estender até para a logística dos funcionários, que devem se alternar com horários e rotinas que não causem aglomeração.
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E quando o assunto é pisos, as arquitetas indicam revestimentos de fácil limpeza, como porcelanatos, vinílicos e até mármores. “Optar por revestimentos de fácil limpeza é essencial, especialmente quando consideramos que um escritório tem bastante circulação de pessoas”, explicam. Para escritórios que possuem carpete – muito escolhido por seu conforto termoacústico – a dica é ter uma limpeza mais frequente.
“Hoje, o cuidado com a higiene se tornou primordial. Intensificar a rotina de limpeza, oferecer álcool gel, pensar em agendamento do uso de salas para evitar aglomerações são medidas que oferecem mais segurança para os funcionários, que devem se sentir bem e protegidos no ambiente de trabalho”, finalizam.
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