Pé-direito duplo: quais as vantagens e o que você precisa saber sobre essa opção sofisticada

Muito utilizado em casas e apartamentos, o recurso conhecido na arquitetura como pé-direito duplo é uma opção elegante e sofisticada para implementar a iluminação natural e trazer destaque para um ambiente. Tradicionalmente, o pé-direito residencial apresenta, em média, 2,70m de altura. Assim, um projeto com a medida dobrada deve compreender um porte entre 5 a 6m.

Para a arquiteta Patricia Penna, o uso do pé-direito duplo confere destaque e imponência para o ambiente. “Além disso, um outro ponto favorável é que, com essa solução, conseguimos proporcionar um espaço mais fresco, já que, pelo ar quente ser mais leve, ele se acumula na parte superior”, completa.

Neste projeto residencial assinado pela arquiteta Patricia Penna, um trecho do setor social conta com pé-direito duplo. No pavimento superior, à esquerda, um grande pano de vidro provê iluminação natural para o acesso ao dormitório de hóspedes | Foto: Leandro Moraes
Neste projeto residencial assinado pela arquiteta Patricia Penna, um trecho do setor social conta com pé-direito duplo. No pavimento superior, à esquerda, um grande pano de vidro provê iluminação natural para o acesso ao dormitório de hóspedes | Foto: Leandro Moraes

A seguir, confira as dicas e inspirações relacionadas ao pé-direito duplo:

Vantagens e desvantagens

Como já citado, o pé-direito duplo propicia aos ambientes uma incidência maior de luz solar, bem como a sensação de amplitude. Além disso, em situações em que os caixilhos de janelas e portas de vidros possam ser abertos na parte superior, a altura contribui para a ventilação natural.

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No contraponto, Patricia explica que dobrar a medida convencional de uma parede pode demandar um pouco mais de trabalho na manutenção residencial. “É importante destacar que um pé-direito duplo implica em um esforço maior para a substituição de uma lâmpada queimada, manutenção das luminárias e a limpeza dos caixilhos, em seus trechos superiores”

Neste apartamento assinado pelo escritório, todo o setor social está sob um pé-direito duplo. Por conta das grandes janelas de vidro, a sala de jantar foi beneficiada por uma notável incidência de luz natural e a integração com a varanda, que segue o mesmo design | Foto: Leandro Moraes

Uso de cortinas

Para a privacidade e o controle da iluminação natural, as cortinas devem ser empregadas e, para a sua escolha, a arquiteta afirma que há diversas possibilidades. Para resguardar os amplos panos de vidro, o projeto pode contar com a leveza dos modelos em algodão, linho, viscose ou versões com funções mais técnicas, que fazem filtragem dos raios UV e também podem funcionar como blackout.

“Tudo varia de acordo com a proposta do ambiente e, naturalmente, conforme a incidência da luz solar. Por exemplo, os mais propícios à entrada de luz solar direta precisarão de uma maior filtragem da luz e dos raios UV em determinados períodos do dia. Nesse caso, faz-se necessário a seleção de cortinas técnicas”, discorre a arquiteta. Em áreas que não demandam uma filtragem muito ostensiva, pode-se trabalhar com modelos de tecido, ou até mesmo aquelas mais técnicas, porém com telas menos fechadas.

O living dessa residência recebeu grandes janelas em vidro, abrindo a vista para a área externa. A cortina técnica, que está recolhida, cumpre a função de filtrar essa iluminação, deixando o ambiente mais aconchegante | Foto: Leandro Moraes

Decoração de paredes

São infinitas as possibilidades de décor de paredes com pé-direito duplo. Entretanto, a arquiteta Patricia Penna evidencia algumas dicas que podem ser essenciais na hora de atribuir o toque final aos ambientes. A primeira delas é aproveitar a iluminação por meio da aplicação de arandelas, pendentes ou mesmo uma composição de obra de arte com um recurso luminotécnico, como as fitas de LED.

No living produzido por Patricia Penna, as arandelas, quando apagadas, assemelham-se uma instalação de arte | Foto: Leandro Moraes

“Uma outra opção é revestir com painéis de madeira, pois são lindos, cumprem a função de ‘vestir’ as paredes e ainda deixam o ambiente mais acolhedor”, detalha Patricia. É possível, ainda, incorporar belas obras de arte como fotografias, telas e esculturas, para compor o espaço.

Neste projeto, o trecho central da parede é ocupado pela lareira, inteiramente revestida de mármore Calacata. Os veios únicos do material traduzem o décor elegante do living| Foto: Sérgio Israel

Altura das janelas e portas de vidro

Essa questão é relativa e está totalmente atrelada à arquitetura do projeto. Em relação às portas, elas podem ser um imenso vão rasgado na alvenaria, com altura que alcança a metragem entre piso-teto, ou podem ser mais convencionais. “Para as janelas, recomendo que estejam alinhadas com a faixa superior das portas, sobretudo quando alocadas lado a lado”, conclui a arquiteta.

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