Na escolha do sofá deve-se levar em consideração, além de questões como modelo, acabamentos e dimensões, o cenário em que o móvel será inserido. Quando posicionado de costas para uma parede não é incomum que esse espaço, atrás do sofá, seja deixado em segundo plano, sem uma ligação com a proposta decorativa do espaço.
Para a arquiteta Patricia Penna, não há motivos para que ela seja esquecida. Com o olhar apurado que pode ser visto nos projetos executados por ela e sua equipe, a profissional reuniu dicas e inspirações para agregar valor à parede atrás do sofá. “Em geral, essa decisão leva em conta o estilo de vida dos moradores, que por sua vez já está expresso nos demais elementos do décor. Gosto bastante de criar composições, dentro de diferentes estilos”, revela.
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A aplicação de painéis de madeiras em diferentes acabamentos, revestimentos 3D, boiserie, composição de gravuras, esculturas – incluindo aquelas peças de família e de valor afetivo, além de itens mais modernos como letreiros em LED neon são algumas das possibilidades.
No living assinado por Patricia Penna, o painel em lâmina natural de madeira recebeu uma escultura metálica, especialmente executada para este projeto | Foto: Marco Tiê
Quadros: preferência para quem não quer de errar
Um dos caminhos mais assertivos é investir em arte: naturalmente, de estilos e artistas apreciados pelos moradores – esculturas, telas, fotografias, gravuras, etc. O importante é considerar o ambiente onde serão expostas. “A ressalva é que, independentemente das escolhas, deve haver harmonia com os demais elementos do ambiente, bem como com a essência dos clientes”, diz a arquiteta.
Durante a definição – um processo que nem sempre é muito rápido e gera dúvidas –, ela indica dispor as preferências para, visualmente, compreender quais são aquelas que melhor se encaixam no ambiente ou que, simplesmente, provocam aquela sensação ‘é essa!’. “Nesses casos, a experiência de um profissional de arquitetura contribui para, até mesmo, compor obras de diferentes tipos e estilos, com bossa, a depender do espaço disponível. Podemos considerar, inclusive, a elaboração de gallery wall”, explana Patricia Penna.
A obra assinada pelo artista contemporâneo Solferini aquece o painel de marcenaria laqueado do living. Para evocar um estilo mais clássico, Patricia Penna usou boiserie de madeira laqueada | Fotos: Leandro Moraes
Uma questão importante: obras sobre sofás pedem um espaçamento mínimo em relação ao móvel, para não ficar desconfortável para o usuário e evitar acidentes como bater a cabeça.“Quando trabalhamos com profundidade maior, caso das esculturas ou objetos em caixas, é vital dispô-las em locais que não interfiram na circulação, minimizando o risco de queda”, sugere a arquiteta.
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As possibilidades para dispor obras numa parede são muitas e podem variar de acordo ao estilo do ambiente. Pode ser linear, com os quadros alinhados pela borda inferior; concêntrica, onde há a definição de um ponto central imaginário e a partir do qual distribuem-se os trabalhos, ou ainda completamente deslocada para um dos extremos.
As fotografias PB com skyline das cidades favoritas dos moradores estão em molduras caixa, formando uma composição linear na parede do home theater| Foto: Marco Tiê
Texturas: quando a parede é o próprio elemento de destaque
Com variados estilos e modelos, elas podem trazer cor, profundidade, esconder alguma imperfeição na superfície ou valorizar ainda mais a área. As possibilidades são inúmeras, vale apostar em pinturas especiais, como estuque italiano, cimento queimado, painéis de madeira com acabamento de laca ou alguma lâmina natural, do tipo boiserie, papéis de parede, revestimentos cerâmicos e pedras naturais, entre outros.
Pessoas mais ‘básicas’ podem eleger a clássica parede branca, que ganha vida com uma obra de arte. “Uma luminária de parede, sobretudo em ambientes menores, é sempre muito bem-vinda! Ela será eficaz para a ambiente, deixando tudo mais charmoso”, compartilha Patricia Penna.
A parede do apartamento com pé-direito duplo foi toda revestida com painéis laqueados, num tom “off White”. Sobre eles, as arandelas minimalistas fazem as vezes de esculturas com duas cenas: apagadas ou acesas| Fotos: Leandro Moraes
Portas e janelas: usando a paisagem externa como pintura para o seu ambiente
O jardim invade o living, levando luz e cor, junto aos tons dos quadros. Na parede lateral, uma composição com fotografias de variadas dimensões, além de esculturas de madeira| Foto: Leandro Moraes
Usufruir da paisagem externa como quadro dentro do living é interessante, pois comporta-se como uma obra viva e interativa! Além da sensação de bem-estar na conexão com a natureza, a solução implementa a iluminação natura. “Por si só, o paisagismo é um quadro pronto e lindo. Por isso, é bobagem competir”, brinca. “Sempre que possível, adoro conciliar a cena externa na parte interna”, finaliza Patrícia.
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