Em uma década, o número de nascimentos no Brasil caiu 10% e o de casamentos 26%. Isso significa que cada vez mais os brasileiros vivem sozinhos ou, quando casam, têm famílias menores. Essa tendência teve reflexos na arquitetura e construção civil, e fez explodir a procura por pequenos apartamentos e as chamadas tiny houses, minicasas que, mais que moradia, representam uma experiência de viver.
Por mais que optemos por moradas pequenas, ninguém quer desconforto nem bagunça. Portanto, aproveitar bem os espaços, encontrar soluções de armazenamento sem perder o estilo e o design virou um desafio à criatividade de arquitetos e designers.
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A arquiteta e urbanista da Criare Campinas, Rafaela Costa, explica que a marcenaria planejada é o coração dos interiores reduzidos. “Adequar armários, prateleiras, optar por móveis reversíveis e funcionais podem ser estratégias que permitam transformar um mesmo cômodo em dois ou três para que ele cumpra diversas funções”, diz.
É assim que você abre uma porta, ou fecha um compartimento, e transforma seu quarto num escritório, por exemplo. A arquiteta explica que essa tendência vem sendo explorada até para ambientes maiores.
“Temos projetos em que uma única bancada pode ser o apoio da cozinha, sala de jantar, living e, com uso de um painel móvel, criar um ambiente privativo para uso como home office. Uma sala de TV pode ser fechada com uma porta de correr e virar um dormitório extra.”, afirma.
Tendência das tiny houses
O sucesso das tiny houses e studios, apartamentos com até 30 metros, prova que a funcionalidade e design podem andar lado a lado, mesmo no aperto daquela metragem mínima. “O conceito minimalista é uma tendência forte de decoração e prova que todo espaço, por menor que seja, pode ter conforto, beleza e funcionalidade”, diz.
A organização é peça-chave quando falamos em espaços pequenos. Muito em alta, o estilo industrial, costuma abusar de estantes e prateleiras com uso do metal e objetos à mostra, mas deve-se pensar e repensar antes de executar em espaços pequenos.
Pode apostar x melhor evitar
“É uma tendência para se usar com cuidado, sobretudo nas cozinhas, onde normalmente temos uma quantidade considerável de utensílios que dificilmente ficam de uma forma bonita.”, explica Rafaela.
Cores fortes e vibrantes também deve-se evitar em espaços muito pequenos. “O ideal é usar cores mais claras, que dão uma sensação de amplitude ao ambiente. Por fim, a mesma regra vale para uma boa iluminação, que valorize os detalhes. Além disso, o uso de espelhos também dá a sensação de que o cômodo é maior”, completa a especialista.
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