Escrever um livro, ter um filho, plantar árvores. Para muitos, essas são as grandes realizações que devem ser feitas ao menos uma vez na vida!
E para ajudar na hora de plantar árvores, o arquiteto e paisagista Cezar Scarpato reuniu diversas dicas e cuidados necessários para o momento do plantio.
“Além da poética por trás da ideia de que todos devemos plantar uma árvore, existe uma questão racional e fundamental de nossa própria existência – as árvores são responsáveis pela formação e manutenção de florestas e, consequentemente, pelos benefícios e condições à vida de uma série de outras espécies, incluindo a nossa”, destaca o paisagista.
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Segundo Scarpato, tudo se inicia com as árvores pioneiras. “São aquelas mais resistentes ao sol, com crescimento rápido mesmo em solos geralmente mais fracos. São elas que permitem que outras árvores e vegetações menos resistentes possam crescer, aumentando gradativamente o sombreamento e umidade do local”, explica.
Isso gera um microclima, em que a água das chuvas infliltra no solo sem evaporar, formando veios da água e, consequentemente, rios e lagos. “Ou seja, podemos dizer que as árvores estão até mesmo relacionadas à existência de fontes de água doce”, explica Cezar Scarpato.
Além da importância, as árvores contribuem para um visual aconchegante das cidades e lares e podem ser plantadas por qualquer pessoa. “O importante é tomar alguns cuidados, especialmente quando se trata da espécie adequada para o local do plantio”, diz o paisagista.
Isso porque algumas árvores podem atingir proporções muito grandes, tanto em suas copas, quanto em suas raizes, folhas e frutos. “Quando mal planejado, um plantio pode gerar excesso de galhos frágeis, folhas e frutos que danificam coberturas e carros, por exemplo, ou deixam as calçadas escorregadias. É necessário escolher o local correto e evitar possíveis danos a vizinhos e a infraestrutura urbana”, alerta.
Plantio urbano
Quando falamos de árvores que ficarão em calçadas, é importante tomar alguns cuidados específicos. Espécies muito altas, que cheguem a mais de 6 metros de altura, devem ficar longe de fiações elétricas.
No geral, o ideal é deixá-las também distantes dos muros e sem comprometer a calçada. “Optar por árvores de pequeno porte, com raizes não tão agressivas e com copa mais esbelta do que larga, evitando bloquear o espaço por completo ou bater em carros, é o mais indicado. É melhor evitar árvores com frutos muito grandes ou gosmentos, que podem também fazer com que a pessoa escorregue na calçada”, indica Cezar Scarpato.
Plantio doméstico
Jardins em casa costumam ser áreas mais livres, e o principal cuidado é com a proporção do espaço. “A principal qualidade de ter uma árvore é o sombreamento, que também pode favorecer um ambiente da casa ou uma fachada que recebe sol direto, deixando tudo mais confortável. Outro beneficio é em relação às frutas, quando escolhida uma árvore frutífera. E, por fim, é claro, o benefício visual”, diz o paisagista.
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Para sombreamento, Scarpato indica o plantio de espécies de copa mais frondosa como Ingá, Aroeira, Mangueira, Flamboyant, Chapéu-de-sol, Oiti e Sombreiro. Agora, para aqueles que buscam uma árvore super colorida, o Ipê, a Quaresmeira, Resedá, Pau-formiga, Chuva-de-ouro, Manacá-da-serra, Jasmim-manga, Magnólias e o Mini-flamboyant são a melhor aposta. “Para frutas, adoro as Pitangueiras, o Araçá, Jabuticabeiras, Mamoeiro e as cítricas, como limoeiros, laranjas e mexeriqueiras”, opina.
Cuidados ao plantar
Para ajudar no plantio, o paisagista Cezar Scarpato afirma que o principal cuidado deve ser com o torrão da árvore, que não pode ser quebrado ou danificado. Atenção também ao caule, que não deve ficar coberto com terra – isso porque a árvore transpira pelo tronco e abafá-lo poderia deixá-la mais suscetível à doenças e pragas.
“O berço de plantio, que se trata do buraco para receber a árvore, deve ser largo e no mínimo duas vezes maior do que o torrão, para proporcionar a adição de terra mista adubada, junto com a terra do próprio local revolvida e arejada, facilitando o crescimento inicial das raízes”, ensina. Em locais com ventos fortes, um tutor vertical deve ser adicionado, para o escoramento do caule.
Por fim, Scarpato indica que o plantio seja feito preferencialmente nas meias estações, especialmente na primavera. “Isso garante a rega natural, com a temporada de chuvas, e temperaturas mais amenas, para menor evaporação”, explica. A época menos interessante é no final do outono ou começo do inverno, quando as condições climáticas não são tão favoráveis na maioria dos lugares e o metabolismo e crescimento das plantas fica estagnado ou lento.
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