Para um estabelecimento gastronômico estar sempre com as mesas cheias, diversas questões estão em jogo. Uma das mais importantes, porém, é sem dúvidas o ponto comercial.
“A escolha do endereço físico é a decisão mais importante para o comércio e deve levar em conta muito mais do que a simples localização”, afirma Claudia Novaes, especialista em arquitetura gastronômica e à frente do escritório Cn Dois Arquitetura. Confira mais dicas de expert que você deve levar em consideração antes de escolher seu ponto comercial:
1. Público-alvo
Segundo a arquiteta, para eleger o ponto ideal é preciso, primeiramente, conhecer muito bem o público-alvo do estabelecimento. “Entender quem se deseja atingir, quais os hábitos e preferências dos potenciais consumidores é essencial para procurar o melhor ponto comercial para abrir o negócio”, afirma. Assim, é garantido que a localização foi pensada para estar o mais próxima possível das pessoas que se deseja atingir.
2. Localização e concorrência
Com o público em mente, é possível buscar pela melhor região para o estabelecimento. “É importante avaliar que 80% das vendas devem estar concentradas em um raio que compreende uma caminhada de cinco minutos ou o deslocamento de carro por 10 minutos“, explica a arquiteta Claudia Novaes.
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Além da distância, conhecer e analisar os horários e movimentos da região são etapas essenciais para garantir a decisão pelo ponto comercial. “Na imersão pelas características da região, é fundamental visitá-la em diversos horários, inclusive aos finais de semana, para entender o ciclo de movimento, determinar os momentos de pico e até quando não há tanto movimento. Todos esses fatores devem ser levados em conta para a execução do projeto”, explica.
Nessa análise, também é possível observar a concorrência, sua localização, serviços oferecidos e preços.
3. Regularização
“A regularização do imóvel também não pode ser esquecida durante esse processo”, alerta Claudia Novaes. Para isso, é preciso verificar se o zoneamento da região permite a operação do negócio. “Na capital paulista, a licença de funcionamento não está mais ligada à regularização do imóvel. Mas tudo muda de cidade para cidade”, orienta.
4. Visibilidade e acessibilidade
Um bom ponto comercial deve apresentar uma visão da fachada privilegiada, tanto para pedestres, quanto para quem passa de carro. “A fachada é uma das propagandas do negócio, então deve ser valorizada”, diz Claudia Novaes, que complementa: “Ter a possibilidade de uma entrada lateral para o delivery é um bom diferencial. Caso não seja possível, considere trabalhar em um ponto comercial com uma largura maior do que 5 m”.
A facilidade de acesso é outro requisito mandatório. “O comércio precisa facilitar a entrada do cliente. Dessa forma, é interessante evitar estabelecimentos com escadas, que invariavelmente podem limitar e dificultar a acessibilidade. E, por experiência, costumo aconselhar os clientes a evitarem negócio se ele estiver muito próximo à circulação de uma faixa de ônibus”, alerta a profissional.
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Ainda no capítulo acessibilidade, nada mais complicado para o cliente que se desloca de carro e, chegando ao endereço, não encontra vaga disponível para estacionar! Assim, uma das premissas a serem preenchidas também diz respeito a um ponto comercial com estacionamento ou o investimento em manobristas e convênios com estacionamentos próprios. “Sem dúvidas, o objetivo sempre será propiciar facilidade e conforto para o cliente”, ressalta a especialista.
5. Infraestrutura
Por fim, a infraestrutura deve ser impecável para a operação de um restaurante, bar ou padaria, entre outras possibilidades voltadas ao segmento gastronômico. “Na execução do projeto, sempre prevejo a substituição das instalações elétricas, bem como a execução de adaptações da rede de esgoto”, indica Claudia Novaes.
Seguindo o checklist, os telhados devem estar livres de infiltrações, pois trocas de telhas podem ser onerosas, e as possíveis rachaduras precisam de uma análise minuciosa para evitar reforços estruturais. “São detalhes que não podem passar desapercebidos, evitando problemas graves no futuro”, finaliza a arquiteta.
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