Quem tem criança em casa sabe que qualquer descuido pode ocasionar um acidente. Dessa forma, ao projetar a decoração da casa, pais e responsáveis devem se atentar a pontos fundamentais, como não deixar eletrodomésticos com acesso facilitado e na altura das crianças, assim como objetos cortantes e outros materiais que possam quebrar com facilidade.
Em tempos de quarentena, quando tantas atividades acontecem de forma simultânea e que os pequenos seguem em tempo integral em seus lares, os cuidados devem ser redobrados para assegurar um ambiente saudável para as crianças.
Para a arquiteta Karina Korn, à frente do escritório Karina Korn Arquitetura, a arquitetura de interiores – seja uma edificação nova ou reforma –, demanda o emprego de materiais práticos para a execução da obra. Ela também não abre mão de pensar nos mínimos detalhes. “Nas portas, por exemplo, costumo especificar dobradiças de qualidade, pois assim conseguimos garantir que as portas fechem mais devagar, diminuindo o risco das crianças se machucarem”.
Um outro ponto importante para a arquiteta é que, antes de iniciar o projeto, as necessidades dos moradores em relação aos pequenos sejam conversadas para que não seja colocada em prática alguma mudança extrema.
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Experiente como profissional e mãe de três filhos, Karina Korn relaciona pontos de observação para famílias com crianças em casa. Acompanhe:
Cozinhas: atenção constante
A cozinha é um dos espaços que mais demandam a preocupação dos pais e responsáveis. Fogões e fornos, itens indispensáveis à casa, apresentam grande potencial para acidentes. Além disso, é preciso redobrar a cautela com objetos cortantes e deixá-los guardados em uma altura que os pequenos não alcancem. “Também aconselho que os móveis tenham quinas mais arredondadas e que armários e gavetas tenham a abertura dificultada”, explica Karina.
Além dessas recomendações que envolvem a organização da cozinha, algumas medidas contribuem para a conquista de um ambiente seguro. “Dar preferência para a cocção nas bocas detrás do fogão ou cooktops e virar os cabos da panela para o centro são costumes que precisamos incluir em nossas rotinas”, conta a arquiteta. Dada a proximidade da cozinha com a área de serviço, produtos de limpeza e sacos plásticos, comumente guardados em armários, precisam estar fora do acesso dos pequenos moradores. “Armários aéreos ou prateleiras são grandes artifícios que também otimizam o layout do ambiente. Nesses casos, ainda sugiro ter uma escadinha de três degraus devidamente camuflada e fora da visão dos filhos”, complementa.
Salas de estar
Além do dormitório, sabemos que os pequenos são frequentadores assíduos da sala de estar para assistir televisão ou brincar. Sendo assim, é importante mitigar possíveis intercorrências. Caso os moradores prossigam com a mesa de centro, é recomendado procurar por modelos com quinas mais arredondas e que a decoração não seja composta por objetos que se quebrem com facilidade. “Apesar de todos os cuidados que devemos tomar, eu acredito que ensinar as crianças é primordial. Devemos sim pensar minimizar os riscos, mas com paciência, vamos ensinando os limites para elas. O meio termo é o melhor caminho”, sugere a arquiteta.
Nas residências com dois andares, o acesso à escada que leva para a área íntima pode contar com grades de proteção que dificultam a passagem dos menores “Vendidas em home centers, elas são perfeitas para os pequeninos de até 2 a 3 anos de idade. Como pais, precisamos nos munir de acessórios que tragam um pouco mais de tranquilidade no dia a dia”, aconselha.
Os fios elétricos, que muitas vezes ficam expostos, assim como as tomadas, também precisam de atenção. Para equacionar o capítulo fiação dos equipamentos eletrônicos, a marcenaria planejada ajuda na tarefa de esconder. Já para as tomadas, o mercado dispõe de protetores de silicone que dificultam o contato com os dedinhos.
Quarto para crianças
Na hora de planejar o dormitório, é fundamental ater-se em questões cruciais. Deixar brinquedos na altura das crianças, por exemplo, é uma das formas de prevenir acidentes e também colabora para deixar o ambiente mais lúdico na hora de brincar. E no layout, deixar cama e móveis longe de janelas e cortinas é mandatório!
“Em quartos compartilhados e com a presença de beliche, o ideal é que a criança com menos de seis anos fique na cama inferior. A instalação de grades é essencial”, aconselha Karina Korn.
Uma outra dica da arquiteta diz respeito aos materiais empregados na decoração dos cômodos. Ela revela sua predileção por usar menos pintura e investir em revestimentos laminados melamínico de baixa ou alta pressão. “A pintura mancha e é mais difícil de limpar”, declara.
Pisos ideais
De acordo com a arquiteta Karina Korn, os pisos de porcelanato e vinílico são os mais adequados para o dia a dia com crianças, já que são mais fáceis de limpar, quando comparados com a madeira. “Entretanto, sou apaixonada pelo piso de madeira, que além de belíssimos, trazem o conforto para os pezinhos descalços mesmo nessa época de frio. Quando meus clientes optam comigo por essa opção, apenas precisam atentar-se aos cuidados na rotina diária”, discorre.
Mas além da manutenção, deve-se considerar os aspectos de saúde: os adeptos do carpete, por exemplo, convivem com a dificuldade da limpeza e o acúmulo de poeira, que pode desencadear processos alérgicos e respiratórios.
Rede de proteção em janelas e sacadas
Não tem como abrir exceção: é primordial que todas as janelas e varandas sejam acompanhadas por proteção. Em janelas mais tradicionais, as redes podem ser instaladas de forma que acompanhe o desenho. Já em vãos com venezianas, é possível incluí-la do lado de fora do imóvel, entre a estrutura e o vidro. “A forma correta da instalação de redes de proteção varia de acordo com o formato da janela, por isso sempre indico que o serviço seja feito por uma empresa especializada”, conta Karina.
No caso das sacadas também não é diferente: por mais que tenham vidros, a rede de proteção também contribui para manter a segurança dos pequenos nessas áreas mais abertas da casa.
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